segunda-feira, 12 de abril de 2021

Uma "Clareada". Permaneço aqui.

(esse rascunho é de outubro de 2016 e estou dando continuidade nele hoje, 12/04/2021, para postar)

Olá. E sim. Sei que estou sumido há algum tempo. Bastante tempo. "Será que alguém vai ler esse texto?" - me pergunto. Bastante coisa aconteceu nesses últimos anos. Até esqueci a senha do e-mail do blog, tive que falar com uma moça que tem meu número antigo e ela me ajudou a reaver a conta. Que bom. Sempre gosto de revisitar escritos e ideias antigas e notar o que em mim mudou, o que de mim não lembro e o que de mim já conheço um pouco mais. Esse rascunho aqui era - inicialmente - pra falar sobre sombra, mas acho que esse tempo todo merece mais um "clarear" rsrs. 
Estou bastante "afastado" dos estudos esotéricos, ao menos bastante "desatualizado", apenas me atendo ao que estudo "desde sempre" e a práticas que já adotei há muito e são quase que naturais pra mim. Há tempos não leio nos blogs que costumava ler, não participo dos grupos que costumava partilhar, não debato sobre temas esotéricos com esse público específico. Respondi alguns comentários aqui no blog que me deixaram bem feliz. É bom saber que esse trabalho aqui reverbera mesmo em minha ausência e serve para pessoas que estão às voltas com quem são e o que querem da vida e do desconhecido. 
Ao que interessa a vocês, já me formei, tá? Sou psicólogo e já atendo há algum tempo. Atuo na psicanálise e não poderia ter escolhido uma abordagem mais cética, hein? rsrs. Mas o que há de cético, há também de pulsional, afinal, o inconsciente existe, mas é obscuro, enigmático e não conseguimos palpar. Há algo do insondável que me fascina na abordagem.
Quando me iniciei no candomblé sinto que, para algumas pessoas, isso significou uma certa "adequação" minha à um "nicho" específico da espiritualidade, como se agora que sou iniciado no candomblé, todas as minhas vivências, experiências, práticas e estudo agora tivessem sido voltados exclusivamente à isto. E não é bem assim.
A cada dia que passa essa coisa da espiritualidade parece ficar mais "ampla" pra mim (só consigo pensar nessa palavra agora). A medida que vou vivenciando a vida, suas questões de evolução, crescimento, transformações, encontros, perdas, fracassos, vitórias, sorrisos, etc., vou enxergando, dentro dessas vivências, esse "espiritual", essa energia, e não sei, parece que essas caminhos que seguimos e trilhamos, é uma tentativa nossa de tornar mais palpável isso que "paira" sobre nossa existência, que "está entre", que é difícil compreender.
Como seres humanos, é barra.com pra gente pensar em ideias, invocações, energias, sem dar forma, logo, sem restringir isso a X ou Y. E é um caminho interessante se desvencilhar disso, aos poucos. Quer dizer, talvez se desvencilhar seja impossível, ou bem improvável, mas se afastar um pouco dessas ideias "encaixotadas" e até um pouco neuróticas talvez seja algo que veio como natural pra minha forma de viver a espiritualidade.
Ainda lido bastante com preconceitos em relação a isso, mas estudar um pouco sobre movimentos de resistência me fez perceber que essa é uma reação esperada e que não me calar frente ao preconceito (entendendo esse "não se calar" como não sucumbir à opressão) é uma forma de resistir e de dar espaço para que outras subjetividades relacionadas a isso pudessem existir. 
Cada pessoa que lê o que escrevo aqui ou em outros lugares de alguma forma se conecta (de uma forma positiva ou contrária) ao que eu penso e procuro trazer para a vida e isso é massa demais!
Ai, gente, é muita coisa pra falar aqui, tanto que tenho medo de não ser entendido, embora postarei de qualquer jeito rsrs.
Muitas pessoas eu acompanho de longe. O A Lua de Caím está aqui até hoje e eu também! Talvez não tão próximo, mas manter isso aqui ativo ainda é uma contribuição constante para aqueles que buscam. O tempo passa e o pensamento de agora é de que talvez no futuro sejamos completamente diferentes, evoluídos, transformados espiritualmente... Mas o que se constata da existência é que estamos sempre lutando com nossa sombra, com nossas questões e com nossos desafios. Manter-se esperançoso e esperançosa é necessário para que nosso desejo não cesse. Mas se haver com a falta é ralado.

Acho que para um início do que esse texto propõe como um "clareamento" tá bom até aqui. 

Para aqueles que estiveram aqui na minha ausência, para aqueles que já leram, e para aqueles que por uma busca ou outra terminarem por aqui, gratidão! Não vou prometer que retornarei loucamente para postar, mas esse texto é um lembrete de que continuo por aqui.

Nem falei na covid, né? Talvez depois. Mas peço que tenham força.

T+!

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