Na Shiva Samhita (cap.2), Shiva
claramente exprime a conhecida afirmação yogue: “Assim como é no macrocosmo,
assim será no microcosmo.” Ele diz:
saritah sagaras tatra kshetrani kshetrapalakuh
rishayo munayah sarve nakshatrani grahastatha
punyatirthani pithani vartante pithadevatah
srishtisamharakartarau bhramantau shashibhaskarau
nabho vayushcha vahnishcha jalam prithvi tathaivcha
trailokye yani bhutani tani sarvani dehatah
merum samveshtya sarvatra vyavharah pravartate
janati ya sarvam idam as yogi natra samshayah
brahmandasamsnaake dehe yathadesham vyavisthitah
Um aspirante ao Yoga deveria ver
em sua própria espinha dorsal (meru) as sete ilhas (chakras), os rios, os
oceanos, as montanhas, os guardiões das oito direções, os videntes (rishis), os
sábios (munis), as estrelas e os planetas e todas as constelações, todos os
lugares sagrados (tirthas), os lugares de poderes especiais (siddha pithas) e
suas divindades, o Sol e a Lua, e a fonte primordial de criação, preservação e
destruição.
Ele deveria ver no microcosmo de seu próprio corpo os cinco elementos básicos (akasha, ar, fogo, água e terra) e todas as outras coisas que existem nos três mundos (lokas) do macrocosmo. Tudo isso é sustentado pela coluna vertebral (meru) e existe na coluna vertebral. Quem conhece esse segredo é de fato um yogin, não há dúvidas a esse respeito.
Ele deveria ver no microcosmo de seu próprio corpo os cinco elementos básicos (akasha, ar, fogo, água e terra) e todas as outras coisas que existem nos três mundos (lokas) do macrocosmo. Tudo isso é sustentado pela coluna vertebral (meru) e existe na coluna vertebral. Quem conhece esse segredo é de fato um yogin, não há dúvidas a esse respeito.
Isso torna claro que os chakras
são centros sutis localizados na medula espinal e não nos densos plexos
nervosos, que estão fora da coluna vertebral. Ao mesmo tempo, os chakras são
playground dos elementos, os blocos construtores de toda existência
psicofísica.
Os cinco elementos surgem a partir dos cinco tanmatras: som
(shabda), olfato (gandha), paladar (rasa), forma (rupa) e tato (sparsha).
Tanmatras são puras frequências ou essências. Isto foi afirmado: “O som cria o
vazio (akasha), como o olfato cria a terra, o paladar cria a água, a forma cria
o fogo e o tato cria o ar” (gunakam akasham shabda). A partir dos tanmatras se
desenvolvem os elementos (mahabhutas) e dos mahabhutas se desenvolvem os órgãos
dos sentidos e os órgãos de ação (indriyas).
Embora os chakras sejam sutis,
eles tem uma relação precisa com o campo material concreto do corpo e suas
funções. Cada um dos cinco primeiros chakras está associado com um elemento
específico: o chakra Muladhara com a terra, o chakra Svadhisthana com a água, o
chakra Manipura com o fogo, o chakra Anahata com o ar e o chakra Vishuddha com
o akasha. Cada um dos tanmatras está relacionado com um princípio dos sentidos,
de modo que cada chakra também está conectado com um órgão específico dos
sentidos.
Em um corpo vivo, o campo
material e o não material se interpenetram. A respiração é uma atividade
neuromotora que ativa todos os sistema que existem no corpo. Respirar introduz
prana, a força vital, que opera tanto com os aspectos materiais como os não
materiais do organismo individual. Svara-Yoga (o yoga da respiração nasal)
claramente mostra que os chakras são o playground das forças sutis
tanmatra-mahabhuta.
Nas novecentas respirações feitas a cada hora, existe um
ciclo de respiração nasal no qual cada um dos elementos domina por um período
de tempo. Cada chakra é vitalizado quando a energia flui no elemento com o qual
esse chakra está conectado.
Durante cada ciclo de respiração nasal através de
uma narina, direita ou esquerda, o elemento ar (que influencia o quarto chakra)
domina por oito minutos, a seguir o elemento fogo (terceiro chakra) por doze
minutos, depois o elemento terra (primeiro chakra) por vinte minutos, depois o
elemento água (segunda chakra) por dezesseis minutos, a seguir akasha (quinto
chakra) por quatro minutos. Juntamente com a operação normal dos chakras
determinada por essa respiração oscilante, todas as nadis, com exceção da
Sushumna, estão ativas. No último minuto, por um breve período de dez
respirações, ambas as narinas funcionam juntas, ativando a nadi Sushumna que,
de outro modo, estaria dormente. E então o ciclo inteiro começa novamente na
outra narina.
Entretanto, é importante
compreender que esse funcionamento dos chakras e a breve ativação da Sushumna
são coisas muito diferentes da penetração dos chakras pela energia desperta da
Kundalini, que se move para cima na nadi Sushumna. Os chakras são centros
psíquicos, bem como centros de transformação da energia psíquica ou mental em
energia espiritual. Cada chakra é um armazém de vários tipos de energias
psicofísicas, que são ativadas pela respiração quando a energia passa de um
chakra para outro com o fluxo dos elementos.
O prana entra no corpo através da
respiração nasal e trabalha tanto no nível material concreto como no nível
sutil. As energias sutis são forças da combinação tanmatra-mahabhuta. Cada
força tanmatra é representada por uma sílaba seminal (bija mantra), composta de
frequências de som (dhavani), de poder de som (sphota) e de um bindu, que é a
forma consciente. As frequências de som e seus poderes inerentes são expressos
como divindades. O poder do bindum que é consciência,
controla todas as forças
que operam num chakra. (...)
A força prânica é afastada de
todos as outras nadis e concentrada na Sushumna, que causa a suspensão da
respiração. Nesse momento, a função normal dos chakras, enquanto centros
psíquicos, cessa e eles começam a funcionar como centros de transformação da
energia psicofísica em energia espiritual.
Quando a energia espiritual se
encontra em vigor, a Kundalini absorve todas as outras energias dos chakras
(dos elementos, mantras, os órgãos dos sentidos e de ação, prana, as divindades
principais e Shaktis) e se move para cima através de nadi Brahma. Quando a
Kundalini desperta passa pelos diferentes chakras, várias experiências
espirituais ocorrem. A função normla dos chakras é recuperada e tudo volta a
ser o que era quando a Kundalini retorna ao Muladhara e se enrola novamente.
A meditação nos chakras é uma
grande ajuda aos aspirantes do yoga bem como às pessoas que estão vivendo no
mundo (não renunciaram ao mundo). Quando um aspirante trabalha com os chakras,
a tarefa é tornar o chakra inativo pelo despertar do fluxo ascendente da
energia Kundalini através do chakra. A influência dos cinco elementos nos
primeiro cinco chakras é retratada na ilustração de cada chakra pela forma
particular (yamtra) daquele elemento.
Diz-se que as
pétalas de lótus em geral estão apontando para baixo, fazendo a energia fluir
no sentido descendente, mas quando a Kundalini Shakti sobe, as pétalas se
erguem como um lótus em flor. Esse movimento ascendente das pétalas se erguem
como um lótus em flor. Esse movimento ascendente das pétalas obstrui o fluxo
descendente da energia e age como um bloqueio.
Nos chakras, cada pétala tem uma
sílaba seminal (bija mantra) associada a ela. Os bija mantras são frequências
de sono usados para invocar a energia divina dentro do corpo. A sílaba seminal
é o reservatório da divindade na forma mais concentrada. Esse poder latente da
divindade é despertado pela produção do som em uma maneira apropriada. Só se
pode aprender o processo de produzir som de modo correto diretamente de um
guru.
Quando o discípulo aprende a produzir o som de maneira correta, este
rapidamente produz o efeito desejado de invocar a energia divina. O aspecto
sonoro do mantra assume a forma da divindade conectada com o mantra e conduz o
discípulo ao estado de profunda e ininterrupta concentração.
Quando as
divindades são invocadas pelas sílabas seminais elas são absorvidas pela
Kundalini à medida que a energia desenrolada se move para cima. Os chakras
param de funcionar quando a Kundalini sobe e a respiração é suspensa. Quando a
respiração começa novamente, os chakras são reativados e o jogo de prana,
mente, ego e intelecto, recomeça.
No modo mundano, nós tentamos
refinar o comportamento da unidade individual de consciência adotando mecanismo
de controle e harmonizando a influência dos chakras. A energia flui através dos
chakras e é transformada por eles.
O comportamento é influenciado pelos
elementos, pela energia prânica, pela mente, pelo intelecto e pelo ego. Embora
a energia mude com o elemento, as obsessões da mente e do ego compelem o
intelecto a pensar de modo constante sobre os desejos que ocupam a mente.
Assim, a mente cria o mundo individual. O ego decide o que é e o que não é
importante. O intelecto encontra maneiras de agir e métodos de conseguir o
objetivo desejado. Dessa maneira, o mundo não é o mundo exterior, mas o mundo
com o qual alguém se associa mentalmente.
Os chakras podem ser considerados
como rodas da mente que habitam a floresta dos desejos. E os desejos, como as
próprias rodas, são grandes forças motivacionais. Cada chakra é um estágio do
playground de desejos, revelando sua influências nas pessoas que estão apegadas
ao prazer daquele chakra particular.
Através da vida, a pessoa habita essa
floresta; ela pensa e compreende as situações da vida a partir da referência do
chakra no qual normalmente se sente mais confortável. Cada chakra se torna um
estágio para o psicodrama da energia eletroquímica que se expressa como um
comportamento nos seres humanos. Como resultado, existem características
comportamentais específicas associadas com cada chakra.
Enquanto instrumentos dos
elementos, os primeiros cinco chakras criam ambientes interiores que mudam de
acordo com a energia do elemento sendo irradiado. Essas mudanças levam a
mudanças nos desejos e disposições que podem fazer com que a mesma pessoa se
comporte de maneira diferente em momentos diferentes.
Por exemplo, como
resultado da influência dos cinco elementos, o conceito de segurança é
diferente para cada um dos cinco primeiros chakras: no primeiro chakra, a
segurança é emprego e abrigo; no segundo chakra é beleza pessoal e juventude;
no terceiro chakra é autoridade e status; no quarto chakra, é fé; no quinto chakra
é conhecimento.
Os chakras são importante para os
yogins enquanto agentes de transformação da energia mental em energia
espiritual; eles podem ser igualmente interessantes para os psicólogos, por
causa de sua influência no jogo da energia mental, que cria momentos de alegria
e de desgosto. Os desejos criam prazer e dor, e aqueles que não têm resistência
para aguentar a dor adoecem.
O conhecimento dos chakras pode ajudar essas
pessoas fracas, dando-lhes a garantia de
mudança e melhoria, colocando um
espelho em frente a suas faces para lhes mostrar seu padrão de comportamento e
ajuda-las a enfrentas a si mesmas.Aguardem a parte II pessoal!! Que a Grande Alva os abençoem.
UPDATE: Para ser redirecionado à parte II CLIQUE AQUI.
Nenhum comentário:
Postar um comentário